Tudo começou de forma inusitada. Manu achou curioso e, de certo modo, estiloso o jeito como Thiago usava a meia no meio da canela. Já ele achou apenas estranho ver aquela moça saindo do mato com uma garrafa de cachaça, vestida de preto (ou melhor, de vermelho).
Eles se conheceram na Califórnia, em meio a uma pandemia, trabalho remoto e fuso horário bagunçado. Manu havia ido para ajudar a irmã com o bebê recém-nascido e pretendia ficar apenas alguns meses. Thiago, por sua vez, morava lá desde 2019.
Foi em um show dos Beatles, em San Francisco, um encontro planejado pelo cunhado dela, que também era amigo dele, que o destino realmente os aproximou. Depois do show, tentaram ir a um bar, mas, sem documento, ela não pôde entrar. Seguiram então para a praia, enfrentando vento, frio e névoa. Ela, de salto alto, achou a ideia péssima, mas acabou se divertindo.
Vieram outros encontros, algumas noites com pizza, vinho e muitas risadas. Tudo parecia se encaixar, embora Manu acreditasse que aquela história tinha data para acabar. Meses depois, voltou ao Brasil. Pouco tempo depois, Thiago também foi, com passagem de volta comprada.
A surpresa no meio do caminho
Entre idas e vindas, acabaram morando juntos por alguns meses no Brasil. Quando chegou a hora de se despedirem, Thiago surpreendeu Manu. Havia “sequestrado” um anel dela para transformar em uma joia única e pedi-la em casamento. O pedido foi íntimo e cheio de emoção, e, tremendo, ela disse sim.
Um ano após o primeiro encontro, casaram-se no civil na Califórnia. Foi simples e cheio de significado: um cartório, uma escrivã e palavras que tornaram o momento muito mais que burocrático. O almoço seguinte rendeu o primeiro presente: um bolo de doce de leite e ameixa feito pela irmã de Manu.
Planejar à distância
Da Califórnia, começaram a planejar a celebração no Brasil. A ideia era clara: queriam um evento acolhedor, com a alma mineira e um toque de elegância, mas sem formalidade. O clima seria aquele de “vem tomar um café, sinta-se em casa”.
As redes sociais ajudaram, mas também confundiram. Então, confiaram mais nas conversas e nas indicações de amigos do que nas fotos perfeitas. Desde o início, tomaram uma decisão: queriam fornecedores que entendessem que o casamento seria planejado a dois. Os que ignoravam Thiago, não seguiam adiante.
As escolhas
Cada decisão foi feita em conjunto, com conversas e escuta mútua. Queriam que cada detalhe tivesse sentido, não algo apenas porque “tem que ter”.
Encontraram o local perfeito por coincidência, ou destino. Ambos sonharam com o mesmo espaço, a Fazenda Jagoara Velha, em Minas Gerais. Quando visitaram juntos, souberam: era ali.
O cardápio, repleto de delícias mineiras, resgatava memórias afetivas. O receptivo dos convidados tinha o aconchego de uma mesa de “café de vó”, com pão de queijo, broa e café no lugar do tradicional welcome drink.
A identidade visual contou a história dos dois em cada detalhe, dos convites às gravatinhas dos pajens, feitas com tecido personalizado costurado por uma tia. As lembranças foram preparadas com carinho: bem-casados, mini geleias de jabuticaba com a mensagem “um amor jabuticaba para você também”, kits de relaxamento para as mulheres e mimos para as crianças.
A cerimônia, celebrada pelo Padre Bernardino, foi leve e comovente. Apenas um casal de padrinhos, irmãs e amigas como damas, cada uma com a própria cor. Um sobrinho levou um bastidor bordado com um poema que Thiago havia escrito aos nove anos, sem saber da surpresa. As alianças estavam em um terrário com terra fértil, simbolizando o compromisso que criaria raízes.
A decoração, assinada por Tamiris Mayrink, transformou o cenário em uma sala de estar ao ar livre, o “quintal dos sonhos”. O bar, ponto alto da noite, serviu drinks com cachaça, jabuticaba, doce de leite e café, além de um quentão de receita de família.
A trilha sonora uniu Bossa Nova, MPB e jazz, seguida por uma roda de viola que aqueceu corações. Mesmo com uma falha no gerador, a alegria prevaleceu. As crianças se encantaram com as brincadeiras e caricaturas feitas ao vivo, uma lembrança especial para levar pra casa.
Construir juntos e com afeto
Durante o processo, o casal aprendeu a dividir tarefas, ceder e respeitar o tempo um do outro. Até os looks foram segredo até o grande dia.
O vestido de Manu foi feito sob medida no Brasil, pelas mãos de Maria Clara, que entendeu exatamente o que ela sonhava. O batom vermelho, escolhido com a maquiadora Indianara Araújo, tornou-se o ponto de partida da beleza. Os sapatos, feitos pela Marina Borja, acompanharam Manu do início ao fim da festa.
Thiago confiou seu visual à SR Estilo e escolheu um terno verde elegante. As alianças, criadas pela designer Isabela Morais, refletiam a individualidade e a conexão dos dois.
O grande dia
A celebração foi tudo o que imaginaram: cheia de afeto, significado e histórias. Pais emocionados, amigos vindos de longe, homenagens a quem partiu, tudo se misturou em um clima de amor e gratidão.
Ao final, sob uma chuva de corações feitos de folhas desidratadas pela mãe de Manu, o casal brindou com cachaça, sob a lua cheia de 14 de junho. Uma pintura ao vivo eternizou o momento, a imagem perfeita de um amor que atravessou fusos, fronteiras e virou lar.
Palavras do noivo
Thiago resume tudo com ternura:
“Nossa festa foi linda! Cada detalhe refletia nossa dedicação e carinho. Foi um projeto de amor, construído com esforço, companheirismo e muito cuidado um com o outro. Fiquei encantado com a atenção da Manu em cada detalhe. O resultado foi exatamente nós dois, e é um ótimo presságio para o resto da nossa história, que está só começando.”
A história de Emanuelle e Thiago é daquelas que nos lembram o verdadeiro significado do amor: atravessar distâncias, construir juntos e celebrar cada conquista lado a lado.
A Vestidas de Branco deseja ao casal uma vida longa, repleta de amor, saúde e momentos inesquecíveis. Que essa união siga inspirando tantos outros corações quanto inspirou o nosso.
Estamos na torcida por vocês, Emanuelle e Thiago — hoje e sempre.
